Dias sem desdita

O véu que cobre-me todas as noites,

O sonho que me desvela como a dor de um açoite.

O sonho, o sono me libera de todas as cargas do dia.

Eles me permitem que os ais que me aflige se expie.

Aturdido me enlaço nos meus devaneios.

Atordoado me encanto e me semeio,

Semeadura de felicidade e esperança

Haja posto que tudo na vida se cansa!

Sonho este que guardo comigo.

Até na derradeira parte de minha vida.

Pois mesmo com tenra idade,

Acredito fielmente (e sonho) que esta sobrevida,

Um dia será melhor de lida!

Ainda não me canso

E todos os dias me relanço

Nessa odisséia de sonhos.

Onde me refeste-lo, onde tudo é belo...

E ideal...

No exato momento em que o sol toca a minha face,

Se desfaz o enlace...onírico...

Introjeto-me na triste realidade e sorrio,

De modo cínico...