O QUE NÃO ESCREVO NO QUE ESCREVO
 
Há-me, às vezes, poesias nos sonhos, das quais nunca me lembro. Isso me deixa meio frustrado, é claro. Mas hoje, ainda meio adormecido, consegui resgatar parte fiel do que vi escrito, ao verso de uma folha branca que bailava ao espaço e ao tempo infinitos, num surrealismo transcendente e mágico.

Quanto ao resto da poesia, penso que, como todos os outros versos oníricos de que não me lembro, ficarão perdidos, pelo menos em sua fidedignidade, no inconsciente.

Mas esse, em parte, não. A esse transcrevi até com os erros gramaticais aos quais podeis atacarm se tentasse, primeiramente, sequer ligar o computador para fazê-lo, por tempo suficiente para o acordar completo, por isso o uso da caneta em letra ainda meio sonâmbula.

Por que registro isso?

Tão somente, porque esse é o único poema que não considero meu, mas fruto de uma condição em que eu não tinha controle algum sobre o pensar ou sobre o sentir. E lá, entre o espaço e o tempo infinito, estava escrito:

 
...minhas poesias

têm pontes
a ligarem infinitos,

têm pontos
a bailarem sem ritmos,  

têm luzes
a escravizaremvaziosm

têm sonhos
a escorreremem cios,

têm tudo
e nada há sem o Sapiens
símio!
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 23/01/2017
Reeditado em 23/01/2017
Código do texto: T5890929
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