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O Avestruz brincalhão
Fragmento do meu livro "O Gato Ludovico".
Conto verídico, em trovas, sobre os animais
que passaram e (ou) estão com minha família.






Certa noite um amigo
De longe  trouxe um presente,
Era um filhote, lhes digo,
Com ferimento recente.

Encontrou-o na estrada
Bem ao sul de Santa Cruz,
Com sua perna quebrada,
Um filhote de avestruz.

O chamamos de Emílio,
Era magro e muito feio,
Mas precisava de auxílio
E encontrou em nosso meio.

Com cuidado e curativos
Foi fechando o ferimento,
E Emílio, muito vivo,
Piou pedindo alimento!


Breve sarou e cresceu
Tanto em tão pouco tempo
Que nem trabalho nos deu,
Até servia de exemplo.

Para que recuperasse
Das pernas, o movimento,
Era bom que ele fizesse
Na lagoa, treinamento.

Iniciou sua natação,
A nadar e mergulhar
Do lago, depois de são,
Decidiu não se afastar!
 
Logo  estava medindo
Metro e meio, ou mais isso,
E, da casa se sentindo,
Em objetos dava sumiço.

Numa varanda, dormia
Entre plantas, afastada,
E era grande sua alegria
Ver a 'tralha' acumulada.

Das árvores, ele colhia,
Ramos novos bem recentes
E com eles construia
Enorme ninho, entrementes.


Também recolhia as roupas
Coloridas, do varal,
E assim ele ia deixando
Sua casa "bem legal!"

Se sumia um chapéuzinho
Ou o tênis da janela,
Era só procurar no ninho
Do nosso amigo magrela.

De baratas, à espreita,
Andava antes de dormir
E acordava satisfeito
Pronto pra se divertir!

Era só no que pensava,
E na hora do café,
As arrumações espiava
Atrás da janela, em pé.

Quando a mesa estava posta
E o café tinha o começo,
Dava um puxão na toalha
Virando tudo do avesso!

Mas que começo de dia!
Era nossa exclamação!
E logo Emílio fugia
Com a toalha no bicão!


E nela ele tropaçava
Caindo aos trambolhões!
Fazendo-nos esquecer
Todas as reclamações!

Pois era muito engraçado
Ve-lo de pernas pro ar,
Da toalha, toda em tiras,
Tentando desvencilhar!

E assim passavam os dias
Com Emílio, o brincalhão,
Que à noite, continuava
Lá no lago a animação!

Elischa Dewes
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verídica