ALZHEIMER.

ALZHEIMER.

Diante das memórias é tão difícil esquecer quem tu és

As lembranças trazem-nos à vida, remete às saudades

Os momentos lúdicos e de extrema relevância

O nascimento, a morte, o conhecimento adquirido

E a trajetória dos amores passados por tua vida.

Esse cérebro e seus liames em curto dão-me pontapés!

Essa simbiose de ser ou não ser nos depõem das necessidades

Que engrenagem louca nos leva à pré-história, à ignorância

Que memórias me fazem desconhecer um ente querido?!

A dor de conquistar a alienação deu-me uma mordida

E ela é tão pura de veneno que me antolha o esquecimento

A obediência de acordar lembrando que está olvidado.

Meia-noite é sempre meio-dia no olhar vazio,...

Roto conjunto é nossa vil estrutura, frágil humana mecânica

Que carece de ciência, de alguma mágica de deuses nascituros.

Dessa boca onde as palavras fluem sem sentimento

Há muita tristeza pelo corpo tê-lo mantido acordado

Em cada reentrância seus neurônios são jogados num rio

E sem dó, todo orgulho e ambição são reduzidos a matéria botânica.

A felicidade veio a trazer-me seus dias mais escuros.

Sui generis são meus átomos de pensamentos vívidos

Todo adeus sempre foi livre para voltar às minhas lágrimas

Essa luz que acende meus órgãos mais desenvolvidos

Agora pétrea é a crueldade da morbidez dos sentidos.

Dê-me o seu beijo mais gostoso, dele,... As visitas serão as últimas.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 15/08/2017
Código do texto: T6085085
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