Viagem no tempo

Não estou aqui e nem ali.

Minha mente vaga sem rumo

entre o passado e o futuro

sem um ponto de chegada.

Imagino o que teria feito

se deixasse meu medo de lado

ou que se controlasse meu impulso

talvez, um monge tibetano seria.

Questiono-me se com 30 anos de idade

alcançarei meus pequenos objetivos.

Se estarei morando sozinho,

na casa dos pais ou na mesma cidade.

Medito se realmente valeu a pena namorar

se me machuquei em acreditar

num pervertido que se fingia de santo

e me culpava pela minha existência.

Avanço e fantasio se estarei casado

ou solteiro e com gatos.

Se estarei saudável

ou um mero gordo esfarrapado.

Regrido e vejo que muitos traumas adquiri

neste meu inconsciente tão vulnerável

pouco a pouco me perdi

numa jornada arrítmica, quase me enlouqueci

Viajo e me torno um ser vangloriado,

desinibido, sensato e empático.

Entre idas e vindas

meu presente esqueci.