Foi-se

Uma fragilidade em forma de existência,

tão logo ao nascer se tornou, sofrer

mostrando que a vida quase sempre é morrer,

via-o dia a pós dia, definhando sem nada poder fazer,

dava-me uma tristeza e uma impotência de morrer,

vendo-o desvanecer cotidianamente,

arrastando-se pela sobrevivência, carente de viver

o ar sofregamente cismava em preencher seus alvéolos,

uma dor não somente compartilhada por ele, bem como por mim,

as lágrimas me queriam tocar, mas embrutecido pela vida,

não as entreguei sem lutar, pelo menos não até vê-lo vencido,

tombado e abandonado pelo sopro divino,

por fim, doí-me muito saber que se nasce para padecer.

Pois, foi-se, tão logo chegou!