Aos Céus...

Não há desejo mais insuportável,

A não ser realizado,

Do que àquele que antes não existia.

Que não te ocupava as noites,

Ou, ao menos, cogitaria!

Misto de ansiedade e ausência,

Silêncio e vazio.

Uma esperança fria e distante,

Como um poço escuro e profundo.

Que lugar é esse?

Não preenchido e árido?

Para quem sonha o céu está lá!

Mas, e quando o céu não responde mais, ao nosso silêncio?

E teus pensamentos ecoam ensurdecedores, a cada onda ao luar?

Sentada sobre a areia: úmida, fria e insensível; ao que sinto,

Observo...

Eles chegam e vão.

E a brisa morna,

Do vento com perfume de terra molhada, passou...

A igreja de São Pedro, iluminada, anuncia que o período é de festejos.

Mas, também, das despedidas caladas e amenas...

Eles chegam e partem, um a um!

E eu aqui.

Observando-os brilhantes sob o prateado luar, vazia...

Da noite de outono inodora,

Sentada sob esta areia úmida e fria.

Angel Cavalcanti
Enviado por Angel Cavalcanti em 27/06/2017
Código do texto: T6038394
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