Musas caladas
Inter arma silent Musae *
Calam as musas nos seus cantos,
envergonhadas em mil prantos,
pois de vaidosas queriam cantar
quando a ordem era matar.
Flores amassadas por canhão
dos comandantes da razão
que não conhecem a anistia
e nada querem da poesia.
Trágico soldado obedece,
musa de amor emudece,
cego destino ocorre.
Na hora dos vampiros,
musa dá dois suspiros,
e o soneto morre.
* "Quando as armas rugem, as musas se calam"
(Tel-Aviv, 16 de novembro de 2012, enquanto era escrito mais um capítulo sangrento na história do conflito israelense-palestino.)
Vídeos indicados (atenção: conteúdo difícil de ser visto, da Primeira Guerra Mundial, 1914-1918):
http://www.youtube.com/watch?v=rkN0rY51TWE
http://www.youtube.com/watch?v=dFRrmA5NcuA
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Interação do poeta amigo Maurilio Gabaldi Lopes:
Oro com toda minha força
para paz e a benevolência divina.
Triste realidade nefanda
De belas musas a assassina.
Obrigado pela solidariedade poética, caro amigo!
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Interação do poeta amigo/irmão gajocosta:
A POMBA FERIDA
Dos céus tomba a branca pomba
Em chagas sangrentas o pássaro ferido
Cuidam-no, gentis musas, silentes, mudas
Abafam-lhes as vozes os sons sinistros.
Ainda a pomba mantém frágil chama acesa
Ali, lado a lado, a pomba e a esperança
Entreolham-se com a mesma antiga tristeza
Agonizam enquanto pútrido odor as alcança.
Iníquo proceder envolto em fardas
De quem as comanda, a total insanidade
Rumo a velhos conhecidos torpes destinos.
Negras bandeiras da morte se desfraldam
Que desconhecem dos homens a igualdade
Oh! Branca pomba! Vítima inocente dos humanos desatinos!
Obrigado, meu querido irmão e amigo, pela identificação e inspiração que ornamenta a minha página com versos brilhantes.
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Interação da poetisa amiga Zuleika dos Reis:
NO SILÊNCIO DA NOITE
(No início da madrugada de 18 de novembro de 2012)
Senhor, tende piedade de nós!
No silêncio da noite já se apresentam, nas janelas do prédio em frente, os primeiros enfeites luminosos de Natal. Penso que estão se aproximando as festas em que as famílias se reúnem e me vem uma grande melancolia, uma grande melancolia como a dos pássaros que, de repente, se lembram dos céus do seu país, dos céus para os quais não podem voltar nunca mais.
Obrigado, minha querida amiga azul dos mares pacíficos, atlânticos e mediterrâneos das Musas.
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