Sobre ter prometido que te odiaria

Bati a porta, fechei o futuro na sua cara

Não quero resquícios de nós em nada

Nenhuma nódoa, marca ou cicatriz que rememore

Apaguei seus 3 números de telefone

Quebrei, sem querer, sua xícara de estimação

Seus óculos de sol, doei ao vizinho

Os livros do Neruda, são meus novos pesos de papel

Aquele seu lenço colorido, florido, turquesa...

O cachorro adorou, por sinal

Suas mandalas de estimação, destrui todas

Nem mesmo aquele meu retrato preferido, salvei

Seu caderno de notas, queimei

Aquela calcinha de rendas, bordada, bonita

Ahh, essa eu guardei!

Você, no entanto, sabendo ter um ás na manga

Um trunfo sobre minha dignidade arrasada

Cruzou as pernas no sofá

Expressão fria, típica do seu mapa astral

Ar triunfante, descruzou e cruzou

Vagarosamente, satanicamente...

E meus olhos acompanhavam a curva

A vereda, a brecha, a passagem secreta

Sabe aquela promessa sobre te odiar!?

Podemos deixar para depois!?

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 23/08/2017
Reeditado em 10/09/2017
Código do texto: T6093117
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