O Guapo
Num automóvel escuro
o guapo passou no centro
da cidade cinza,
de terno importado
e a alma sem medo
do destino.
Os olhos convidaram-me
para assistir aos filmes de
Win Wenders e Godard.
Entrou pelas ruas retas
estacionou na primeira
esquina e seguiu a pé
na rua do Metrô.
Consertei os monitores
do estação da Sé,
Vasculhei o mundo
e nada...
O guapo partiu num
voo fretado para Marte.
Resta-me seguir o exemplo
das senhoras da Galileia.
Fazer sacrifícios,
ficar de joelhos
e rezar.
II
Agora treino para sonhar
em cores. Quero as ruas
mais alegres.