A BAILARINA

O teatro estava em reforma

entrei assim mesmo

Ao centro,

o palco à meia luz

ao redor,

tudo era confusão...

coisas jogadas jaziam espalhadas

Sobre a cal espalhada pelo chão

você dançava e em cada movimento falava

de cores, flores, dores e amores

Não sei se era teu talco

ou somente a cal do chão

mas minha sinestesia,

me permitia criar

Entrei no teatro em reformas, estava aberto.

E tudo era confusão, coisas espalhadas, jogadas,

E no palco à meia luz, Você estava lá, dançando...

Em uma profusão de movimentos, seu corpo falava,

De suas memórias, dores, flores, cores, sabores e esperanças,

Volitando para lá, para cá, deslizando pela cal espalhada pelo chão...

Pensei que fossem névoas pelo chão, Talvez teu talco?

Pois o ar estava impregnado pelos teus perfumes,

Que minha sinestesia, ou fantasia, permitia sentir... Apreciar...

No palco em reformas, somente tu e uma mesa antiga.

Sob a mesa antiga, nosso Porto flertava com duas Strauss,

Meu queijo, tua salada, banhavam-se no balsâmico de mel e laranja...

Sentei-me ao piano.

Mas não sei tocar...

Sentastes em meu colo.

Mas sei te amar...

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 18/05/2017
Reeditado em 26/10/2023
Código do texto: T6002504
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