SAUDADE

Sabe a saudade...

Àquela menina malvada, de rosto coberto em negro véu?

Inda outra noite, ela despiu-se pra mim!

Foi só então que descobri que ela não tem rosto;

Liquefez-se e penetrou em meus poros,

Derramando em meu ser, teu amargo fel.

Antes mesmo que eu acordasse,

Já sabia de todo meu passado e ainda fazendo-se de rogada,

Feria-me ao despertar-me tudo o que me era de mais puro gosto.

Em fim, acordei!

Agora ela parece estar vaporizando-se,

Já faz parte até do ar que eu respiro,

Carregando de ânsia o meu semblante,

Digitando por mim, até os versos dos quais me inspiro...

Por fim, meu ultimo suspiro sai assim:

Ai, que saudade de ter você aqui, junto de mim!