NEBLINA DE AMOR

Vendo o vento soprar

Naquele esforço desconhecido,

Somos partículas jogadas ao ar

Em belos tempos queridos.

No néctar da flor de primavera

No orvalho daquele inverno

Ainda somos o sonho da terra

Com seiva farta nos regatos da vida.

A instantânea maneira de ser

Na vulnerabilidade da carne alucinada

Pela força do desejo do corpo

Que nos faz soluçar

E pensar em plena madrugada

Sobre o nosso amor escaldante

Que aquece todo o tempo e lugar.

Mergulhando no fundo da alma

Ou afagando pétalas de flores

Vertiginosamente o húmus fecunda a terra,

Que faz florescer cada vez mais

Nossos amores.

A neblina de amor em sinos

Tocando fundo o coração,

Faz o silêncio pulsar,

Em gemidos de galhos secos,

Nos rostos transfigurantes.

Tangará da Serra - MT, 2001.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 27/03/2017
Código do texto: T5953570
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