O amor
O amor exige sacrifício,
Muita renúncia, toda entrega;
Viver em constante armistício
Com o ciúme que carrega.
É cobrança de todo lado,
Um pisar em ovos ou brasas;
Mostrar-se sempre apaixonado,
Morar os dois na mesma casa.
Adeus boemia, madrugadas...
Mas lá no fundo, que bom que é
De manhã o beijo da amada
E atrás da orelha um cafuné.
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N. do A. – Na ilustração, Devaneio de Verão de Emile Vernon (França – 1872-1919).