O SEMPRE DO AMOR

De tanto te amar, transbordei,

fiz um barquinho de papel,

me pus a navegar,

varei

tempestades de mares em fúria,

teci poemas com fragmentos da tinta solar,

minha língua, toda úmida,

cantava e cantava odes a ti,

passei eternidades a viver

às expensas do amor que senti:

quem ama só pensa em amar...

Hoje, velho para a a infância,

novo para o sempre do amor,

te abraço e te protejo,

me abraças e me proteges,

somos as promessas cumpridas,

dos olmos dos sonhos o olor...