Desilusão
Ao despir-me das vestes do amor
Libertei-me de ilusões apaixonadas
Ao crer em fábulas, descobri a dor
E vi caírem alegorias, desbotarem-se fachadas
Vi-me em terreno lúgubre e sombrio
A esconder toda a fúria do meu ser
Em meu coração cansado e tão vazio
Percebo o sentimento murchar, emudecer
Carrego a culpa da doce ilusão perdida
Quando suas palavras eram-me única alegria
E pago em horas o preço de uma vida
E sigo a contá-las até o findar do dia.
12 de novembro de 2006.