Cad’ela?

De tão só, acabou a procurando em todas.

Viu-se sem nenhuma satisfação nem força,

Encontrou a culpa lhe chicoteando o corpo.

Chegou a pensar em castigo, peça ou troça.

Procurou se livrar daquela ânsia e demora,

De querer se abater com seu próprio corte,

De se suster com o não passar das horas.

Pediu perdão a Deus e foi tomar seu porre.

Foi encontrado caído dormindo ao meio-fio,

Como se fosse um adolescente apaixonado,

Que perdera a razão depois de ser chutado

E queria desforrar com seus bêbedos sibilos.

Talvez em condescendência à sua via-sacra,

Mal ocorreram mais dois dias intempestivos

E ao ir trôpego apanhar o seu jornal matutino

Viu atônito, abanando o rabo, a sua vira-lata.