Eu, meu, meu eu.

Preciso descansar

Calar essa voz interior

Que me chama o tempo todo

Solicita, pede, demanda...

Olho no espelho

Vejo o meu rosto

Eu falo e ouço a minha voz

Quem é esse eu onipresente

Que divide comigo as horas do dia

E que está também nos meus sonhos à noite?

Um eu que grita até que ouçam

E que chora até que se compadeçam?

Um eu que habitou vários corpos

através dos muitos anos

Mas que não mudou tanto assim, tem o mesmo jeito, tem a mesma voz?

Ecoa em meus ouvidos

Eu, meu, meu eu...

Erva daninha que cresceu

na grama do jardim

E agora toma todo o espaço,

Sobe pelos muros,

Invade espaços alheios

Deseja acolhimento

Tudo quer e nada oferece realmente

Um eu entranhado na mente

Delusão descontente

Difícil de extirpar.

Cláudia Machado

26/10/17

Cláudia Machado
Enviado por Cláudia Machado em 28/10/2017
Código do texto: T6155939
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.