FILÍTICO ANIMAL

Aqui nessa pista lisa eu passos em passadas,

movidas, a tons, e em poses demarcada por

clavas... Clavas que demarcam a marca e a

dança que encanta a semântica de um corpo

em rodopio no interior do salão.

Pelo cântico, pela mímica, pela pancada

rítmica... Pelo espaço do quadrado e pelo

compasso rápido do arfado cárdico,

ritmado ao 'tíc-tcác' do atiçado coração.

Aqui nessa pista lisa, se desliza em escorrego

o aconchego de tudo que na vida eu vejo,

pela ótica vesga do meu desejo... Tudo quem

em remelexo eu percebo pelo eixo da brisa

choça, e pelo suporte inesgotável da velha roça.

Aqui nessa pista lisa, aonde a brisa do cheiro

vicioso, expõe o gosto gostoso de um corpo

em transe sexual, eu vejo o tempo, envolvido

no momento bento, eu vejo a timidez envolta

ao ponto que demarca o rascunho de uma vida

primitiva e de fictício animal.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 22/10/2017
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