LUZES E NUANCES (Escrito durante a madrugada após ver Blade Runner 2049 – sem correções)

LUZES E NUANCES

(Escrito durante a madrugada após ver Blade Runner 2049 – sem correções)

Na ficção não temos mais futuro,

Mundo caótico e superpovoado,

Lixões que mantem uma sobrevida,

E tudo é cinzento, é poluído, sujo.

Humanos e que não são humanos ali,

Ali a passar na nossa cara e fedem;

Cheiram a preconceito do diferente,

O que não é igual a nós dá medo...

Replicantes que são mais que humanos,

É a esperança de outra realidade,

Talvez o criador inveje a tal criatura,

Sua beleza e sua magnitude são belas.

Os humanos destroem a sua moral,

Não quer um guerreiro, mas um cão,

Cão que retira os sobressalentes dali,

Que abaixe a cabeça ao olhar para nós...

O futuro na ficção é sujo e na não ficção?

Penso a nossa cultura indo para o esgoto,

De supostos escândalos para esconder,

Esconde o aumento de salário e roubos,

Aumento do salário dos camundongos e ratos...

Se na nossa sociedade tudo está podre,

Então como será o nosso futuro cinzento?

Morre as florestas, morre a Amazônia,

Morre a cultura do índio e morre tudo...

A letra das músicas mostra a nossa ruina,

Cachorras dançam imoralidades e sorriem.

Mas a nudez nas exposições é uma imoralidade?

Conceitos tão errados e ninguém grita isso,

Ninguém desliga o rádio para o agronegócio,

Ninguém tenta ver as razões do belo existir...

A nudez é imoralidade, ejacular em alguém,

Sendo num ônibus de linha será só perdoado...

A abelha já está sumindo e tem quem as mate,

Os micos não gritam mais nas matas,

Eles imploram comida nas grandes cidades...

Não vejo esperança para a raça humana,

Talvez se eu fosse replicante eu teria fé,

Acreditaria que o criador é mais fraco que nós,

O Creador nos fez e deu tal livre arbítrio,

O Creador abandonou a criatura creada...

Somos apenas quimeras tristes e chorosas,

Choramos lagrimas de descontentamento

Caminhamos pelo vale das sombras e vamos...

Vamos para um horizonte poluído esfumaçado,

Nada parece que vai melhorar um dia...

Nada promete uma melhoria...

O replicante prefere o amor sem contato,

Afinal amor com contato pode nos matar,

Ou pelo menos nos fazer sofrer e sofrer...

Quem sofre é diferente e sofre preconceito,

Temos que ser, as fotos de momentos alegres,

Temos que ser fotos de comida mais que bela,

Temos que ser curtidas e joinhas perdidos...

Tudo é tão impessoal que prefiro a ficção...

Mesmo que uma lagrima de emoção escorra,

Mesmo que a lembrança do dia perfeito apareça.

Mesmo sem ter ou ser de alguém na realidade,

Mesmo sabendo que sou ficção inventada...

Prefiro me reinventar e viver numa ficção...

Não sou caçador e nunca serie caçado...

Sou apenas mais um em outros bilhares de humanos

Sou um arroto da criação que fedeu e ainda não dissipou...

André Zanarella 08-10-2017

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 16/10/2017
Código do texto: T6144321
Classificação de conteúdo: seguro