FEITOS TORPOS

Aonde estão os seres presos,

por essas paredes, expressas atrás,

desses labirintos de muros?!

Onde no reboca de vida...

O que restou, foi apenas furos de

um tempo mal tramado, os quais

passaram por uma peneira de medir

gostos, amargos e mal amados.

Sobre as margens dos seus caminhos

o que sobrou para esses seres

foram bases de sentimentos, e mourões

infectado com noites escuras,escuras

como se fossem, arrependimentos

de pensamentos logrados e horizontes

esmagados por leis de seres em desvio

e atos desviados.

Nos rascunhos das paredes consta:

Expressão de tristeza

desesperos de gritos

brado de angustia,

até mesmo as vezes de delírios,

sobre suas secas cedes de voar...

Voar, nas cores do futuro, as quais d'elas

consta apenas as hastes cheias de espinhos

de esperança, mal florescida.

Não contem redes de dormir

na contra partida, sobram-lhes a

lamina fria de pedras duras e pontiagudas.

Ainda outra noite como lembranças

de crianças, esboçaram apenas

os soluços, misturados aos choros abafados,

junto ao tremor de vidas sentidas.

Ainda sonhos com seus amores

mas, ao acordar, se deparam com o

labor dos feitos torpos, dos atos

mesquinhos, agora transformados

em aborto.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 04/09/2017
Reeditado em 04/09/2017
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