Minha crise

Notoriamente físico

Um extremo e oculto psicológico

Me acompanham sem que eu queira

Por horas e horas de um relógio

Morte vivida

Numa vida já sem cor

Ter tido e ter nada

Tão sufocante dor

No mar das próprias lágrimas

inerte a se afogar

Sem bomba de alívio

Tudo tende a estreitar

Pensar queima o cérebro

Há ainda uma via a desinflamar

Eu me abro, me rasgo

Grito em silêncio ao infinito e calo

E ao som arrastado de um último suspiro embargado

numa madrugada qualquer falo:

"Eu... não... consigo... mais respirar."

Adrikarsil
Enviado por Adrikarsil em 22/08/2017
Código do texto: T6091655
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