tudo já foi dito

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nascemos sós e permanecemos sós

na doce ilusão de uma companhia,

na doce ilusão de um amor desejado, de um sonho contido.

ou na doce ilusão de anjos alados ou dos demônios que nos alimentam

ou no devaneio das asas nas quais voamos

somos sós

todos somos

porque não é nenhum corpo que nos complementa, não é nenhuma declaração de amor que nos faz viver ou morrer

somos um e somos tantos (já dizia o poeta) e somos em nós mesmas o que necessitamos

o amor que amamos e/ou o amor que amamos e perdemos, nada mais são do que a doce ilusão de termos sido...

por mais dolorido que for ou seja o "estar só" nada é mais dolorido do que não ter tido alguém a quem confessamos um amor por mais que nos renegue ou recuse

a vida não foi feita para sermos amadas (os) mas para amar o que nos convém independente de qualquer desespero que nos acometa a vida.

sofrer de solidão eu não sofro

e sofro e choro tantas vezes ao lembrar um momento que em me senti única na vida de alguém. mas isso faz parte do contexto.

ai paro e revejo todo o "discurso" ou todos os toques que idealizei...aí caminho com eles...e eles são minha companhia.

são as sombras vivas que eu carrego.

e tantas vezes me pego sozinha a sorrir dos sorrisos dados, dos beijos trocados no imaginário, dos olhos cheios d'água quando imaginava os teus.

e assim vejo o brilho de todas as estrelas

as noites

e as luas em todas as suas fases

vejo o amanhecer de todas as manhãs

e toda nostalgia dos pores de sol

e assim sigo

e assim amo

sem me importar de ser amada

Margarida Di

Margarida Di
Enviado por Margarida Di em 20/08/2017
Reeditado em 20/08/2017
Código do texto: T6090014
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