Vive feliz e triste o passarinho
Chove lá fora
E às vezes venta também,
Tanto o vento quanto a chuva
O alegra e preocupa
Em igual dimensão o passarinho!
Aos poucos,
Chove fininho,
devagarinho!
Parece feliz,
E está mesmo,
o passarinho!
Mas, cabisbaixo
Parece sofrer,
E sofre horrores!
O pobre passarinho.
Não é que a chuva lhe cause tristeza,
Ou que tenha ele, preferência!
Ocorre que a chuva que chove fininho,
Ou mesmo aquelas que chovem forte.
Sacodem as árvores com tanta força,
Balançam os galhos com tanta fúria
Que desfaz o ninho do pobre passarinho!
Que do alta das árvores,
E por entre buracos do ninho desfeito,
Escorregam os ovinhos,
Tão pequenos,
Tão delicados,
Tão perfeitos,
E caem,
E os levam a morte!
E a esperança de ser papai, mamãe, se vai...
Mas não é só a queda dos ovos
que preocupa o passarinho!
a queda dos filhotes também!
O passarinho fica triste,
Porque a chuva, assim como o vento, derruba o seu ninho.
E não são só as quedas de galhos
e árvores altas que põem fim a vida dos passarinhos.
Os galhos e árvores baixos também!
Por isso vive feliz e triste o passarinho.
Feliz porque chove!
E a chuva faz crescerem os frutos,
Sua principal fonte de alimento;
E as flores nas árvores.
Que faz com que a natureza
fique colorida e hospede diversas espécies;
E o passarinho fica ainda mais feliz com a chuva
porque toda a plantação cresce majestosa,
e lhe proporciona sombra e agua fresca.
Longe das queimadas e do desmatamento.