POEMAS APRISIONADOS

Nunca pensei que, um dia,

tiraria um poema a ferro e fogo

dos grilhões aos que os anjos

os prenderam para mim.

Meus primeiros poemas

saltavam amorosamente

da minha alma, do meu pensamento,

e a minha inspiração

era abundante de palavras

construídas no Bem

e para o Bem.

Então,

veio você....

Vetor das minhas alegrias.

Veio você!!!!

cujo nome não consigo soletrar.

Roubou de mim, a inspiração,

os poemas felizes,

e a alma livre.

Disse-me que iria fazer

uma “redistribuição de ideias”

entre as almas que não tinham

inspiração.

Pois bem....

Hoje, eu não mais me ilumino com um poema,

mas sofro palavras que jamais eram minhas.

E, dos grilhões astrais,

a ferro e fogo,

consigo apenas um suspiro

para dizer, cansadamente,

Que todos são felizes

com seus poemas e inspirações,

Menos a minha alma,

que chora a dor

de perder a sua essência,

que era a de ser poeta

do Bem, do Amor e da Alegria.

Hoje.... choro....

A escravidão dos meus poemas

aprisionados,

em almas que talvez

nem os queiram materializar.

Saleti Hartmann

Professora e Poetisa

Cândido Godói-RS

SALETI HARTMANN
Enviado por SALETI HARTMANN em 19/08/2017
Código do texto: T6088280
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.