Tão pouco tempo tem o tempo

Talvez você não perceba!

Mas o tempo está passando depressa

Como um flash de luz

Como o som do trovão

Como um relampejante pensamento.

Pense só por um instante:

Você está sempre com pressa,

Na correria diária com a sua missão

Dia, semana, mês, ano!

Passa tão depressa a sua frente,

Não desfruta da sombra verdejante,

De tudo o que na vida plantou.

E assim num piscar de olhos,

Num igual flash de luz,

Lhe rouba a vida, a morte.

Nem lhe deixa lamentar a falta de sorte

De ter trabalhado demais.

E não poder descansar sob a luz

Da serenidade suave e nada discreta

Da acentuada curva da vida,

Que até a velhice lhe conduz.

Talvez você não perceba!

Mas o tempo está passando depressa!

Parece que da segunda feira,

O calendário pula sexta feira!

E num intenso entra e sai,

Num suado descer e subir de ladeira,

Você nem percebe que acabara de nascer,

e já está velho demais para viver.

E assim tão insolente,

A maior de todas as tiranas,

Experta o seu último suspiro,

Sem questionar sobre o seu último desejo,

Lhe agarra com força na despedida.

E na face já fria lhe cola um beijo.

Talvez você não perceba!

Mas enquanto Eugénia apenas existindo,

A tirana impiedosa

Lhe rouba o tempo,

Lhe encurta o destino.