No Ônibus
dentro do ônibus
em plena paulista
sem eletrônico
pousei em alguns ninhos
despercebidos
em seus celulares
conectados
me apaixonei
por alguns cabeludos
barbudos
solitários
des amados
por esperarem
cansados
a locomotiva
que não vinha
em um dia atarefado
e eu lá
sorrindo olhos
voando com o coração
remendado
tecendo versos
em meu imaginário
quando vi
cai de paraquedas
em romances
outonais e amei
o tombo
percebi que
posso amar
sem tocar
sem beijar
sem falar...