Rimas de um matuto

Era noite de natá,

Arresorvie porcurar um lugá pá comemurar,

Andei ,andei, porcurei, porcurei,

Inté chegá num bá,

Cum muntas muer bunita,

E muntos cazar.

Conde fui entrano, batie cum a testa na pota de vrido,

Relei a venta, o chapéo caiu no chão,

E o povo cumeçaro foi tudo a mangá.

Fiquei adoidado cum tanta vergoia,

Qui num sabia nem aonde mim assentá.

Na derradeira mesa do canto,

Foi lá qui eu fui mim incostá.

Mais naqueli iscurio amigo,

Ainda rumei treis namurada,

E butei pá lascá.

É purisso,

Qui nunca mais eu isqueço aquela noite de natá.

NO CARNAVAL

Eu tava no carnavá,

Na maior das aligrias.

Magradei dua morena,

E cumeçemo a trocá siná.

Ela cumeçou deu saproximar.

Preguntei cuma era o nome dela,

Intendie quera sufia.

Ai, eu já ia entrano abaxado qui só faca im melancia,

Pruquê, eu gosto da fulia.

Mais cumeçei a discunfiar,

E tornei a preguntar dinovo.

Ela dixe quera juão,

Eu caie fora ligero,

Pruqê,

Essa num é mia praia não.

Vanildo José Tavares
Enviado por Vanildo José Tavares em 16/08/2017
Reeditado em 16/08/2017
Código do texto: T6085269
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