SOL EM SANGUE
 
Atiraram no sol,
Mataram o seu brilho,
Coágulos de sangue
Entorpecem, agora,
Os dias d’antes luzidios.

 
E agora vedes em mim!
Será que choro por isso?
O sol é tão bastardo
Quanto a Terra é para
O Espaço.
 
Atiraram no sol
Dentro de mim,
Mas não foi nenhum
Assassinato, foi ofício próprio:
Ato que me fiz por necessário.

 
Esse astro de fogo -
Mesmo eu gostando do fogo -,
Não ilumina
Os meus pensamentos,
Isso cabe à noite, pois é lá que cuspo veneno!

 
Não derramo uma única lágrima
Pela desconfiguração do sol,
Só este me serve apenas como farol
Para indicar o tempo.
Sou da noite, onde tempo não é tempo!
Agmar Raimundo
Enviado por Agmar Raimundo em 01/08/2017
Reeditado em 01/08/2017
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