Paradigmas inquebráveis

Olhas para mim,

julgas-me,

condenas-me,

no silêncio de meus lábios,

no recôndito de meus sentimentos,

na tristeza de meus atos,

quem és?

como dás teus passos?

vives sem erros?

tornas-te exemplo todos os dias?

Olhes para ti,

julgas-te,

condenas-te,

na mágoa de um coração solitário,

no vazio de uma redenção aprisionada,

no desvelo de teus atos,

me dizes quem sou?

o que fui para ti?

somente tormento?

e todos os sorrisos compartilhados?

Olhes para nós,

julgas-nos,

condenas-nos,

por teus paradigmas inquebráveis,

por tuas certezas engessadas,

por teus preconceitos arraigados,

me dizes quem somos?

o que fomos juntos?

profundidade que merece perdão?

de todas as madrugadas vividas por paixão...