O silêncio vindouro de um tempo futuro.

Quando penso revelo.

Quando revelo esqueço.

Quando esqueço não sei sentir.

Motivo pelo qual.

O mundo é tão perdido.

Não sei olhar.

Muito menos imaginar,

Procuro esquecer a diacronia.

Não sendo dialético.

Razão pela qual sou torto.

Entortado, inteiramente.

Não sei dizer.

Não tenho cognição.

Muito menos etimologização.

Como posso ser epistemológico.

O que sou mesmo sintético maléfico.

Procuro esquecer.

Desejo adivinhar.

O que tenho na mente.

Memórias múltiplas estruturadas.

No entanto, esfaceladas.

O que posso falar.

Expresso no olhar.

Distante do próprio entendimento.

Confesso o esquecimento.

Entretanto, o que é a mente.

O sonho idealizado, projetado.

A representação.

Quais são os sinais, as interpretações.

Desejos ideologizados.

Quem sou eu.

As minhas vontades.

Dissimuladas.

Todavia, não posso falar.

Todos os segredos.

Empalhados na historicidade.

Entretanto, se pudesse esquecer.

Adormeceria na longevidade.

Contaria ao meu olhar.

Fatiaria as imaginações.

Os grandes silêncios escambrados.

Se bastasse o tempo.

As fantasias dos sonhos.

Mitos soçobrados.

Calar-te ei ao som indelével.

Almas esquecidas na incausalidade.

Com efeito, o que devo refletir.

Apenas um pedaço da interminabilidade.

Um segredo imenso, não compreendido.

Ouso ainda pensar a irracionalidade.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 28/06/2017
Reeditado em 28/06/2017
Código do texto: T6039434
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