A chuva e você
É a tradução da paciência
É o som da sapiência
A pomada do Deus Ar
É o sopro do mistério
É meu corpo são e ébrio
Meu prazer, meu deleitar
É o rosto que se esconde
Por detrás da mão de Deus
É o olho que me olha
Sem olhar com olhos seus
É a certeza que a ferida
Fechará com a medicina
De uma chuva no lagar
No Sertão és mãe divina
É a cura de uma sina
Antiqüíssima, secular
É o sorriso da menina
No pranto do meu mirar
É o caldo da tangerina
No ápice do cear
É a gota suave e fina
Na imensidão do mar
Sou eu preso em mim mesmo
Perdido em teu olhar