Soneto da folha solta

Havia solta, uma folha no chão

não tive como tomar-lhe na mão!

O vento a levou rolando, embolando

aquela folha só, no chão soltando.

Havia solta, uma folha no chão

não tive como tomar-lhe na mão!

O vento a levou rolando, embolando

aquela folha só, solta no chão.

Os versos, aqui no terraço, são

folha, do galho caída, é a visão

agora, não mais tenho-a embalando

no vento, me entrego, a ti evocando.

Nada ficou da folha que se foi

virou papel, e de tinta manchou

só mais um verso pro amor que acabou.

Agora que estás nas tintas da pena,

que a neve gelou, uma cena obscena,

e a folha à espera, da letra pra um oi...

Alberto Valença Lima
Enviado por Alberto Valença Lima em 23/06/2017
Reeditado em 04/01/2023
Código do texto: T6035419
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