A MORTE

Silêncio da vida,

Viagem, partida.

Prova de destruição

Do que está no Universo.

Há os que a conhecem,

Outros nem a vida

Puderam conhecer:

Viajaram, partiram cedo!

Após o término da vida,

Não importa mais o destino

Do meu corpo. Acabou!

Agora, sou só um cadáver.

Amanhã nem cadáver

Serei mais; só osso...

Inumem-me, cremem-me

Ou emergem em alto mar.

Porém, aos amigos desse peito,

Que já sem coração ativo,

Rogo, peço: não chorem!

Pois, um dia, estaremos juntos

Em um outro lugar!!!

Ah! Esse lugar

Que nem seu onde é.

Ah! Esse lugar

Que vou com minha fé.

Se vivo ainda estivesse

Saudades teria do conforto,

Pois esse caixão é tão apertado,

É sinistro, é o último lugar

Onde desejaria estar.

Porém, viajo, parto feliz

Pelos pais que tive,

Pelos irmãos que conheci,

Pelas mulheres que amei,

Pelas pessoas que, consigo,

Levarão a lembrança

Desse ombro amigo.

Meu corpo está deitado,

Meus gestos adormecidos;

Mas minhas poesias

Estarão sempre de pé,

Estarão sempre acordadas

Para os que as admiram.

Da vida que tive

Não levo coisa alguma,

Salvo a cultura e a esperança

De, um dia, retornar

A esse belo mundo

E blaterar, gritar, bem alto:

Gostei muito de viver nessa Terra...

ANGELLY BERNARDO
Enviado por ANGELLY BERNARDO em 20/06/2017
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