Se o frio rima com vazio
Mostra-se nas sombras
A desalmada poesia
Em meio as covardes pompas
A chama que aquece é fria
Adorna-se diante de holofotes
Pra fingir que sua noite é dia
E fazer forte o seu açoite
Perseguidor da dasalegria
Em busca da evasão perfeita
Corrompe sem pena a via
Mantém-se pálida à espreita
Do ardor da própria luz desvia
Quiçá se comova pelo que sente
Ao degustar doçura que provoque empatia
Mas enquanto provar do sangue inocente
Manter-se-á de barriga vazia.