Sufoco Desabafado
Toda vez que a madrugada cai,
E a casa rende-se ao silêncio,
Ao perceber a temida solidão,
Sinto-me tão infeliz,
Bate-me um tremendo desespero.
Pensamentos que tiram-me o sossego,
E machucam-me tanto por dentro.
É como se nada fizesse sentido,
E aos poucos,
Percebo que estou me perdendo.
Já não tenho mais vontade de sorrir,
E se sorrio, é só disfarce para ninguém perceber
Que a angústia apoderou-se de mim.
Infelicidade absurda que alojou-se
Sem pedir permissão ou bater,
Destruindo o pouco de alegria
Que outrora existia,
Habitava em meu frágil ser.
Se cada um tem a sua sina,
Penso que talvez esta possa ser a minha:
Falar de amor, embalar corações,
Em contrapartida,
Eu fui feita para ser sozinha.
Só me resta aceitar os fatos:
Escrever é tudo o que me foi destinado.
Sendo assim, cumprirei o meu roteiro de vida,
Interpretando da melhor maneira possível
O papel que me foi confiado.
A você, meu caro leitor,
Peço, por favor,
Não julgue-me após a leitura desses versos tão tristes.
Por mais que eu não me orgulhe disto,
Nem sempre vou escrever sobre o amor,
Pois no peito carrego o peso da dor.
Mais um sufoco foi desabafado...