JURAS NÃO CUMPRIDAS

 

 

 

 

Nos prados serenos da esperança,

Onde promessas brotaram em candura,

A sombra da desilusão avança,

E as juras não cumpridas perdem a aura.

 

Oh, promessas vãs, encantadoras mentiras,

Que um dia no coração floresceram,

Hoje, como folhas secas em retinas,

Na alma, desbotadas, pereceram.

 

Em campo aberto, o vento sussurrava,

Palavras doces, promessas a bailar,

Mas o tempo, implacável, as dissipava,

Deixando vestígios profundos a marcar.

 

Era um idílio de juramentos,

Que, como rosas, desabrocharam,

Mas a realidade trouxe desencantos,

E as promessas, em espinhos, se tornaram.

 

Oh, musa bucólica, traga consolo,

A este peito ferido de quimera,

Em versos que acalmem o desconsolo,

E apaguem a dor da alma que espera.

 

Nas asas de um sonho desvanecido,

A esperança se perde em voo incerto,

E o coração, no peito enfraquecido,

Sofre com promessas que partiram ao vento.

 

Em cada verso, um eco de ilusão,

Em cada estrofe, um lamento sentido,

As promessas que se foram, em profusão,

Numa poesia que chora o que foi perdido.

 

Assim, nos prados da memória triste,

Aguarda-se o cumprir do prometido,

Na paisagem bucólica da desilusão que insiste,

Sigo, poetando a dor, o coração partido.