PRESSAGO

PRESSAGO

Havia algo muito estranho

Nos meigos olhos castanhos

Da minha doce amada!

Seu rosto estava sombrio,

O olhar, perdido no vazio…

Estava triste e calada!

Sentada ao meu lado,

Os meus lábios calados

Bem suave, ela tocava.

Com o rosário na mão,

Murmurava uma oração…

O meu corpo, ela velava!

Deixava cair, silenciosas,

Patéticas lágrimas queixosas

Nos meus olhos cerrados.

Lembrava tão descontente

Do nosso amor inocente

Que fora então, sepultado!

Encostava, meiga e delicada

Sua infante face imolada

No meu inerte coração.

Parecia querer chorar

E com um beijo, me libertar

Daquele prematuro caixão!

Na lembrança, o acre sabor

Do mais demente pavor

Que nos seus olhos, ficou!

Assustada, do sonho que teve,

Minha menina não se conteve

E bem baixinho, chorou!…

Ale Silva
Enviado por Ale Silva em 14/05/2017
Código do texto: T5998419
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