SAÍDO DO ARMÁRIO

SAÍDO DO ARMÁRIO

Digo do homem saído do armário:
Mas não ao contexto do infame,
do cotidiano (a)normal,
aos gritos de abertura,
por uma nova opção sexual.

Digo apenas ao introito d'uma parábola.
Falo talvez de nós - talvez de mim e você (que me lê).
Daquele que se auto limpou dos ácaros da ansiedade.
Daquele que convergiu o 'amassado' da sua pele de dor,
à uma camurça em couraça, prontificando o amor.
Daquele que não mais usa o 'desusado', eis que ultrapassado.
Daquele que se arejou,
- renovando-se -
colhendo aos ventos a gratidão,
massificando pensamentos viris,
de fraternidade e comunhão.

Falo da plenitude d'um homem,
que concedeu o perdão aos seus próprios erros reconhecidos.

Saído do armário,
olhou pra dentro de si, 
da sua convalescência,
buscou penitência, benzendo-se de água benta, 
e não mais no escuro - agora no claro, 
tornou-se homem, em verdade,
na mais pura realidade da sua essência.