Sobras de ontem

Perdura o tempo infértil

e o meu zelo não é nada.
Por todo lado há
sombras melancólicas,
sobras de ontem...
 
À noite é quando menos atino,
transcorro sem graça,
sem chão, sem destreza.
Fio-me em  palavras,
mas não correspondem.
 
Não há folhas verdes,
nem mistérios a serem desvendados.
Perdura o tempo estéril,
sem nunca amanhecer,
mas não sei explicar;
Não colho o que plantei.


Nota: Há um poema de Florbela Espanca  (A Nossa Casa) recitado por mim,  em minha página de áudio; quem quiser ouvir, basta clicar no link abaixo: http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/74152



 
Ariadne Cavalcante
Enviado por Ariadne Cavalcante em 01/04/2017
Reeditado em 03/04/2017
Código do texto: T5958168
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