Depressão Poética XXXI

Poema IV

Não meço qualquer virtude

Na alvura dos meus versos

Cantam de mim a solicitude

Todos os póstumos universos!

Absurdo auto limitar-me

Se chove, (danço)

Se raia o sol, (escrevo-me)

Não à poesia viúva

Nem tão pouco poeta defunto

Esquecido, memorial do túmulo…

Nome, nada diz, (de mim nada conta)

Nem as esquinas da fonte

Nem o olhar do roseiral

Apenas um voo rasante das andorinhas…

Olha… (passou)

Ficou a memória do que foi

Do que de tudo sentiste…

E sim a poesia é sentir…

Quantas vezes as palavra te doem?

Mesmo assim escreves,

Mesmo assim teimosamente lês…

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 24/03/2017
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