Depressão Poética XXIX

Poema II

De todos os poemas
Este é o que vem a seguir
Exactamente anterior, ao que ainda não escrevi
[podiam ser flores]
Mas é apenas um poema,
- Desprovido de espinhos
(se o amor é verdadeiro, onde mora o ódio?)

Queria ter tempo para abrir os olhos,
Para ler, saber o que dizes, o que pensas
E ter tempo
Tempo para absolutamente coisa nenhuma…

Queria ter tempo ainda pra ver a neve
Embrulhado num cobertor
Sob o alpendre já gasto
Arrefecer nas horas…
Espero o amanhã
Desprovido de esperanças!
Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 21/03/2017
Código do texto: T5948092
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