Um café com lágrimas

Passa uma vida inteirinha, se perguntando: "onde mora a felicidade?".

Todo mundo passa.

É difícil dizer onde ela mora.

Porque ela não mora. Ela é fugidia. Ela não permanece.

Ela está sempre de partida.

Às vezes a sua chegada é tão rápida quanto a sua saída.

Mas há quem queira felicidade o tempo inteiro.

Tem gente que não aceita o que é passageiro.

E não adianta. Ela não se demora. Ela sempre vai embora.

Mas a tristeza também tem seus encantos.

A minha tristeza e os maus momentos,

Serviram de adubo para o crescimento. Mesmo lento.

Porque ainda há tanto para aprender. Há tanto a amadurecer.

O sofrimento é bom professor.

É preciso prestar atenção na lição da sua dor.

Tem gente que me pergunta, por que eu fico pensando nas tristezas da vida.

É que desde que eu descobri que a vida é dura.

Eu pensei: "a vida é dura, e eu vou passar a vida todinha pensando nessa dureza".

É que tudo bem a tristeza pra mim, desde que ela seja de verdade.

Não vale a pena, mentiras disfarçadas de felicidade.

É preciso perceber o que é singelo, pequenino.

Talvez, felicidade seja apenas um café quentinho.

E eu não sei por que as pessoas parecem esquecer que a gente, um dia, vai acabar.

Eu não entendo isso, nem muita coisa.

Drummond disse que “se os olhos reaprendessem a chorar, seria um segundo dilúvio”.

Quando a gente é criança, a gente chora por qualquer coisa.

Aí vira adulto, e não chora por nada.

Talvez um mundo um pouco melhor, se faça com mais choro e menos sorriso forçado.

Então por gentileza, me vê um café com lágrimas.

Thaís Carmo
Enviado por Thaís Carmo em 19/03/2017
Reeditado em 10/02/2019
Código do texto: T5946180
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