CLAMOR À MORTE

CLAMOR À MORTE

Clamei à morte,
a um grito de socorro: - me ajude,
que era talvez,
o desespero infame da minha ignorância,
uma revanche cruel;

Clamei à morte,
a um grito de perdão: - salve,
que era talvez,
o bom senso acordado à noite,
uma piedade fiel.

Clamei a morte em momentos distintos,
em desatino e desafios,
procurando lhe encontrar,
mas não de cara ou de frente comigo.
Eu sou do bem... preciso viver,
sentir-me na incúria do meu apogeu.

Queria vê-la bailar ao som matutino,
levando consigo,
o aconchego de quem foi além (viveu),
mas de má sorte na vida,
nada ganhou ou gozou, só sofreu.