LANCEIROS NEGROS

Garrão de paria sulina

Santa terra bem dita

Tantos bentos Gonçalves

E valentes belas anitas

E o rio grande seu moço

E o azul a perder de vista

Terra que foi cenário

De derrotas e conquistas

Revoltas e clarinadas

Arrancadas e atropelos

Indiada montada em pelo

Negros de lança comprida

Firme empunhada na mão

Na garganta grito de guerra

Em defesa deste chão

Aos clarins de trinta e cinco

Rio grande ensaguentado

Mães perderam filhos

A legiões de desgarrados

Por tantos filhos sem pai

A coragem teve um preço

Pra liberdade dos povos

a mártires e heróis do passado

Na desumana carnificina

O triste fato asucedido

Na batalha de porongo

Lanceiros negros traídos

Mãos limpas e como animais

A adagas e lanças sacrificados

O sangue inocente ensopou

O sagrado santo chão colorado

Sobe o comando do então

Francisco pedro de Abreu

Reconhecido algós da degola

a matança negra aconteceu

Ficou um lacuna na historia

Mortos sem dó nem piedade

Na enganosa busca por alforria

no inocente sonho da liberdade

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 04/03/2017
Reeditado em 12/05/2018
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