Baile de Rancho

Ensebei as minhas cordas

Domingo de tardezita

Encilhei um pingo zaino

Pra bem de ver as bonitas

Num ranchito beira chão

Capim de santa -fé quinchado

Um lampião veio campeiro

No interior enfumaçado

O gaiteiro debruçado

Na oito baixo de botão

A carcava uma vaneira

De levanta poeira do chão

Não me parei de rogado

Me agradou uma beiçuda

Graúda linda xirua

Flor de morocha a crinuda

Como diz o mestre Jaime

Tudo que e bom se termina

Vi no semblante da china

Um mistério pra cambicho

Senti cheiro de buchincho

Ajeitei os meus talher

Eu gosto e pago pra ver

Um ruscuio por mulher

Sai ajojado com a china

Sarandeando no salão

Um índio veio ouriçado

Me exigindo explicação

Respondi com um planchaço

Bem na tabua do pescoço

Ate hoje o povo fala

Ficou relampeando o osso

não me assusta cara feia

nem índio do berro grosso

chinoca das mais atrevidas

eu amanso e quebro o retoso

Aproveitando o deixa disso

Roubei a china do moço

Na garupa do meu zaino

Só escutava o alvoroço

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 25/02/2017
Reeditado em 22/11/2022
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