CHUVAS

CHUVAS

Chove,
chove demais lá fora,
chove a chuva molhada,
chove o frio da madrugada,
chove a ausência do nada,
e a cantiga desgarrada, 
e o tudo que chove à chuva, são pingos de anedota,
e por isso que chove, sem dó;

Chove, 
chove demais lá fora,  
chove lágrimas em tempestade,
chove tudo isso e mais um pouco,
chove o cinismo e o lirismo, 
chove até a eternidade,
chove muito, 
a chuva que chove, chove sem parar,
como nunca choveu antes, 
então deixa chover ...

... porque aqui dentro do meu peito,
nada chove ou se comove (sem choros),
somente uma nuvem branca que sói desaparecer, 
e que seca branduras,
na dúvida,
a gota segura e seca,
da chuva,
de uma paixão que podia resplandecer.