Desejo de aversão.

Agradaria-me ser odiado.

Tal qual a um cão sarnento.

Como um homem de pecados.

No entanto, se identificam.

Queria eu causar qualquer aversão.

Carregar em mim, motivos de repulsa.

Tal qual um mendigo imundo.

Porém, todos estão na mesma sarjeta.

A empatia das pessoas me incomoda.

Não há nada de profundo.

Há somente a imensidão vazia.

E a sujeira, que todos compartilham.

Como eu queria receber um olhar torto.

Ao invés de um sorriso.

Eu adoraria ser um homem odiado.

Mas, eu mesmo distribuo sorrisos.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 21/02/2017
Reeditado em 07/09/2020
Código do texto: T5919805
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