Luz
O que meus olhos veem, cega-me
Como uma cortina a bloquear a luz
Embarreirando o brilho das estrelas
Encobrindo aquilo que reluz
E me conduz ao que seduz
Por uma falsa glória inerte
Que mascara seu real cerne
Enquanto zomba-me da cruz
Despojando-me de toda pureza
Da riqueza de sua beleza
Que habita dentro de mim
Ai de mim, se então for este o fim!
Como pássaro sem asas eu seria
Como folha ressecada cairia
Como flor abanonada murcharia
Se for este o fim, arderia!
Mas das trevas tua luz resplandeceu
E aquela dor que havia em mim padeceu
Os meus olhos hoje podem contemplar-te
Nas maravilhas que fizeste por amar-me
Tenho a certeza que de mim não sou mais meu
Que teu poder me recriou e reviveu
Pra tua glória e teu louvor me resgataste
Se colocando em meu lugar o consumaste.