Minha Cicuta

Ando sem rumo, sem pé nem chão,
aturdida, desvairada
Cegada por clarão.
Ando em meio a um motim que
Eu mesma fiz contra mim.

Carrego uma poção
que preparei e a tomo feito cicuta.
Logo, em mim, algo transubstancia,
porém, depois me sabota.

E caio neste chão, mais que morta.
Depois quero ressuscitar,
Me defrontar com a desdita,
Alguém se habilita?
Perda de tempo!
Ninguém se importa.



Nota: Amigos, tem um áudio de mais um poema de Florbela Espanca recitado por mim em minha página de áudios, quem se interessar em ouvir, poderá ir até lá! Obrigada!
Ariadne Cavalcante
Enviado por Ariadne Cavalcante em 17/02/2017
Reeditado em 27/03/2017
Código do texto: T5915773
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